Crescimento e o Mistério da Inflação

28/09/2012 13:36

São Paulo, 28 de Setembro de 2012.

ECONOMIA & FINANÇAS

Por Prof. Thiago Flores*

Crescimento e o Mistério da Inflação

 

A economia global segue com perspectiva de baixo crescimento por um período de tempo prolongado segundo divulgação do Banco Central. Nos Estados Unidos, a despeito de o mercado imobiliário ter apresentado sinais de melhora em meses recentes, o ritmo de atividade segue influenciado por risco de contenção fiscal e de fragilidade do mercado de trabalho, que se somam aos associados à crise européia. Na Zona do Euro, embora iniciativas recentes tenham contribuído para reduzir a probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, permanecem incertezas políticas e o ceticismo sobre a solidez do sistema bancário em alguns países da região, o que sustentam perspectivas desfavoráveis para a atividade. Nesse contexto, nas economias maduras, restrições no espaço de utilização de políticas contracíclicas, mercado de trabalho debilitado, destruição de riqueza e mercado de crédito ainda restritivo compõem o cenário de baixo crescimento.

As expectativas de crescimento de economias emergentes continuam apontando ritmo de atividade moderado em países da América Latina e da Ásia, em parte, reflexo do baixo crescimento das economias maduras. Em casos específicos, observam-se mudanças no padrão de crescimento – com menor ênfase em exportações – que tendem a ser permanentes. Note-se ainda que, o cenário para a economia chinesa (e para a indiana) se apresenta mais desafiador do que se antecipava. Nesse contexto, apesar da resiliência da demanda doméstica nas economias emergentes, o ritmo da atividade tem moderado.

Os preços internacionais das commodities, de forma geral, aumentaram desde a divulgação do último Relatório. No caso específico das commodities agrícolas, em grande parte, reflexo de choques negativos de oferta, cujos efeitos

podem ser potencializados por recentes ações não convencionais de política monetária. Por outro lado, a moderação da atividade na China, aliada à fragilidade da economia mundial, tende a conter pressões altistas sobre os preços de commodities. Além disso, é plausível antecipar a reversão, ainda que parcial, desses choques de oferta. Nesse sentido, o cenário central contempla dinâmica relativamente benigna para os preços dos alimentos no médio prazo, embora a instabilidade dos preços de produtos in natura e de grãos constitua fator de risco.

No Brasil, a recuperação tem se materializado de forma gradual, mas o ritmo de atividade tende a se intensificar neste semestre e no próximo ano, com alguma assimetria entre os diversos setores. De um lado, os eventos externos se transmitem para a economia brasileira, entre outros canais, via confiança, fluxos de comércio exterior e de investimentos. Por outro, o cenário central leva em conta os efeitos, em especial sobre o consumo das famílias e sobre investimentos, do processo de afrouxamento das condições financeiras. A esse respeito, ressalte-se a importância das ações de política monetária implementadas desde agosto de 2011, cujos efeitos sobre atividade (e inflação) operam com defasagens e são cumulativos.

Em meses recentes, a expansão do mercado de crédito seguiu em ritmo moderado, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

No que se refere à política fiscal, iniciativas recentes apontam o balanço do setor público se deslocando de uma posição de neutralidade para ligeiramente expansionista. O Copom avalia que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação solidifica a tendência de redução da dívida pública. Dessa forma, seu custo de financiamento tende a recuar, com repercussões favoráveis sobre o custo de capital de modo geral, o que estimulará o investimento privado no médio e longo prazo. O Comitê reafirma que seu cenário prospectivo para a inflação está condicionado à materialização das trajetórias com as quais trabalha para variáveis fiscais.

Em relação a transações correntes, o déficit acumulado em doze meses atingiu US$52,0 bilhões em julho, equivalente a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Um componente importante desse deficit tem sido as remessas de lucros e dividendos, que somaram US$29,3 bilhões. Note-se que os investimentos estrangeiros diretos têm sido a principal fonte de financiamento do balanço de

pagamentos e totalizaram US$66,3 bilhões em doze meses até julho, equivalente a 2,8% do PIB.

A inflação, medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em doze meses, alcançou 5,24% em agosto, 1,98 pontos percentuais (p.p.) abaixo da registrada no mesmo mês de 2011. Os preços livres variaram 5,75% em doze meses até agosto (2,11 p.p. inferior à inflação de agosto de 2011) e os administrados por contrato e monitorados, 3,77% (1,94 p.p. inferior). A trajetória dos preços livres foi influenciada pela elevação de 8,86% dos preços do grupo alimentos e bebidas – em parte devida a fatores climáticos, externos e domésticos.

O Copom reafirma sua visão de que a inflação acumulada em doze meses, que começou a recuar no último trimestre do ano passado, tende a se deslocar na direção da trajetória de metas, de forma não linear. No que se refere a projeções de inflação, de acordo com os procedimentos tradicionalmente adotados e levando em conta o conjunto de informações disponível até 6 de

setembro de 2012 (data de corte), o cenário de referência, que pressupõe manutenção da taxa de câmbio constante no horizonte de previsão em R$2,05/US$ e meta para a taxa Selic em 7,50% a.a., projeta inflação de 5,2% em 2012, de 4,9% em 2013 e de 5,1% para o terceiro trimestre de 2014.

No cenário de mercado, que incorpora dados da pesquisa realizada pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) com um conjunto significativo de instituições, as projeções apontam inflação de 5,2% em 2012, de 4,8% em 2013 e de 5,0% para o terceiro trimestre de 2014.

Diante do exposto e considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia.

De acordo com o cenário de referência, o crescimento projetado do PIB acumulado em quatro trimestres é de 1,6% para 2012, e de 3,3% em quatro trimestres até o segundo trimestre de 2013. 

 

* Thiago Flores é Administrador – EAESP-FGV, Mestre em Economia de Negócios – EESP – FGV, Mestre em Finanças – IBMEC/INSPER – SP, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas e CFO à FF Consult ®

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